O Rio Pacaás, em Rondônia, secou, isolando ao menos 10 comunidades indígenas em Guajará-Mirim (RO). O único acesso dessas comunidades à cidade, feito pelo rio, tornou-se inavegável, dificultando a chegada de alimentos, medicamentos e combustíveis essenciais. A seca extrema ocorre um ano após uma cheia histórica que já havia forçado muitos indígenas a abandonarem suas casas.
“O isolamento se tornou insustentável sem mantimentos e remédios”, relata Adriano Cabixi, líder da comunidade Pedreira. Com o rio seco, a jornada que antes durava sete dias até Guajará-Mirim agora leva 18, pois em muitos trechos é necessário caminhar e arrastar a embarcação.
Além de afetar o cotidiano, o isolamento impediu que mais de 20 moradores votassem nas últimas eleições, pois a viagem até a zona eleitoral mais próxima, que levou seis dias, foi inviável para muitos sem embarcações próprias ou recursos.
No ano passado, enchentes destruíram plantações e desabrigaram famílias; agora, enfrentam a maior seca de Rondônia, intensificando a crise. Em resposta, o Ministério Público Federal recomendou a entrega emergencial de cestas básicas pela Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social, mas as operações têm sido limitadas pela necessidade do helicóptero em combate aos incêndios florestais no Parque Estadual Guajará-Mirim, ameaçado há meses pelas queimadas.
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