Um estudo conduzido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) identificou níveis alarmantes de contaminação por mercúrio em peixes da Bacia do Rio Madeira. A pesquisa analisou 29 espécies coletadas nos municípios de Humaitá e Manicoré e revelou concentrações do metal pesado até seis vezes superiores ao limite estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Entre os peixes analisados, o jaraqui e a branquinha apresentaram os níveis mais elevados, com até o dobro da concentração permitida. O dado é preocupante, especialmente porque a contaminação foi identificada também em peixes forrageiros, fundamentais na cadeia alimentar aquática, indicando um impacto mais amplo nos ecossistemas locais.
Riscos para a saúde humana e o meio ambiente
A presença de mercúrio em níveis elevados é uma ameaça grave à saúde humana. O metal, que se acumula no organismo, pode causar danos ao sistema nervoso, rins e coração, colocando em risco principalmente as populações ribeirinhas que dependem da pesca para alimentação e renda.
A principal fonte de mercúrio na região é o garimpo, cuja atividade libera grandes quantidades do metal nos rios e no solo. Além disso, a queima de combustíveis fósseis e processos industriais contribuem para agravar a contaminação ambiental.
Soluções e ações necessárias
Os pesquisadores da UEA destacam a urgência de medidas para mitigar os impactos. Entre as recomendações estão:
– Monitoramento contínuo da qualidade da água e dos peixes na Bacia do Rio Madeira.
– Combate ao garimpo ilegal, principal fonte de contaminação na região.
– Criação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável e à proteção ambiental.
– Programas de educação ambiental, visando conscientizar as comunidades sobre os riscos do mercúrio.
– Alternativas econômicas sustentáveis para as populações ribeirinhas, reduzindo sua dependência da pesca em áreas contaminadas.
Importância da pesquisa
Os resultados da pesquisa realizada pela UEA fornecem subsídios essenciais para a formulação de políticas públicas que visem proteger os ecossistemas amazônicos e a saúde das comunidades locais. Além disso, o estudo reforça a necessidade de ações integradas para combater a contaminação por mercúrio e promover o equilíbrio ambiental na região.
A recuperação da Bacia do Rio Madeira depende de esforços conjuntos entre governos, organizações e a sociedade para garantir um futuro sustentável para o ecossistema amazônico e as pessoas que dependem dele.
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