Amazônia

Esgotamento dos Aquíferos Ameaça a Amazônia

Exploração excessiva e mudanças climáticas comprometem florestas e rios que dependem de reservas subterrâneas.

Na Amazônia, aquíferos subterrâneos sustentam as árvores em períodos de seca, mas o esgotamento dessas reservas devido à estiagem prolongada e ao fenômeno El Niño deixa a floresta mais vulnerável a incêndios. Um estudo da USP, publicado na Science of the Total Environment, alerta para a gestão desses recursos vitais.

“O aquífero demora meses para se recompor após as chuvas, e, em períodos de seca consecutivos, as plantas com raízes rasas são as primeiras a sofrer”, explica Bruno Conicelli, geógrafo da USP. Dados entre 2004 e 2016 mostram que incêndios mais extensos ocorreram em áreas onde os aquíferos estavam mais secos.

Além das florestas, a dinâmica dos rios também é impactada. A água subterrânea mantém rios perenes durante a seca, enquanto rios temporários podem perder água para aquíferos mais profundos, fenômeno comum em regiões áridas e agrícolas como a bacia do São Francisco. Um estudo na Nature Communications indicou que 55% dos rios brasileiros perdem água para aquíferos, podendo ter suas vazões comprometidas com mudanças climáticas ou extração intensiva.

Para Ricardo Hirata, geólogo da USP, a gestão integrada entre aquíferos e rios é essencial. Hoje, cerca de 90% dos 3 milhões de poços no Brasil são privados e 80% estão irregulares, complicando o monitoramento e o uso sustentável.


Com informações de Portal Amazônia e Agência Brasil

Deixe um comentário