Algumas regiões do bioma apresentam sinais de colapso ecológico enquanto outras resistem melhor às mudanças climáticas
Um estudo internacional revelou que a Amazônia responde de forma variada à seca, com algumas áreas apresentando maior resiliência e outras já atingindo pontos críticos. Publicada na revista *Nature*, a pesquisa combinou dados de satélite, solo e relevo, destacando fatores como profundidade do lençol freático, altura das árvores e fertilidade do solo.
As regiões mais vulneráveis coincidem com o arco do desmatamento, no sul e sudeste da Amazônia, onde o lençol freático profundo e árvores de menor porte agravam os efeitos das secas. Essas áreas também são cruciais para o fenômeno dos “rios voadores”, que distribuem umidade pelo continente, influenciando chuvas em outras regiões.
Enquanto o norte amazônico demonstrou maior resistência, graças a solos pobres e árvores adaptadas, o sul sofre maior pressão por déficit hídrico. Mesmo em áreas resilientes, como igapós e florestas no escudo das Guianas, a crise climática ameaça a estabilidade ecológica.
Estudos recentes indicam que até 47% da floresta pode atingir um ponto de inflexão até 2050, tornando essencial adotar estratégias de conservação que levem em conta a diversidade e as particularidades do bioma. Pesquisadores alertam que a substituição gradual da vegetação por espécies adaptadas a condições mais secas não acompanha a velocidade das mudanças climáticas, colocando em risco o equilíbrio do ecossistema amazônico.
Com informações da Agência Fapesp e Portal Amazônia.
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