Uma pesquisa no rio Uaicurapá, em Parintins, identificou cerca de 200 espécies de algas diatomáceas, incluindo uma nova espécie descrita, *Actinella cordiformis*, e outra rara, *Actinella gessneri*. O estudo, realizado com apoio do Programa Painter da Fapeam, buscou avaliar como as atividades humanas afetam a qualidade da água e a biodiversidade local, fornecendo informações cruciais para o monitoramento ambiental.
As diatomáceas são microalgas comumente usadas como bioindicadores devido à sua rápida resposta às mudanças ambientais. A pesquisa revelou que a diversidade de espécies variou ao longo das fases do ciclo hidrológico — enchente, cheia, vazante e seca — e de acordo com o grau de ocupação humana nos pontos analisados. Áreas menos impactadas apresentaram espécies ausentes em trechos com maior atividade antrópica, reforçando a sensibilidade dessas algas às mudanças no ecossistema.
A bióloga Angela Maria da Silva Lehmkuhl, coordenadora do estudo pela Ufam, destacou a importância do trabalho para entender como essas alterações podem prever mudanças climáticas e períodos de seca nos rios amazônicos. “Essas microalgas são como sentinelas do meio ambiente, ajudando a identificar impactos locais e regionais de atividades humanas”, explicou.
Importância da Pesquisa
Além de ampliar o conhecimento sobre a biodiversidade amazônica, o estudo viabilizou a criação do primeiro laboratório de Ficologia do estado, no campus da Ufam em Parintins, equipado com recursos da Fapeam. O laboratório representa um avanço para estudos futuros, fortalecendo a capacidade de monitorar a qualidade da água e seus desdobramentos ambientais.
O Programa Painter, que financiou a pesquisa, tem como foco fomentar atividades científicas e tecnológicas no interior do Amazonas, com ênfase na bioeconomia. Iniciativas como essa buscam não apenas identificar e documentar a biodiversidade, mas também gerar dados para políticas públicas e estratégias de conservação voltadas ao desenvolvimento sustentável da região.
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